terça-feira, 1 de outubro de 2013

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Essa gente da manhã.


Tem gente caminhando na orla da lagoa, tem gente comprando pão fresquinho na padaria, tem gente tomando café da manhã com a família como nos comerciais de margarina (porque me recuso a viver em um mundo onde não há ninguém passando manteiga sintética na torrada em frente a uma enorme variedade de iguarias, sucos, frios e frutas pela manhã). Tem gente fazendo seções de exercícios com dez, onze, doze ou mais repetições na academia do quarteirão acima.
Tem gente tomando banho, tem gente vendo a Fátima Bernardes (eu acho), tem gente assistindo aula (eu deveria ser um desses), tem gente estendendo roupa no varal, tem gente fazendo gelatina, tem gente colocando em prática o projeto artístico de pintar o vazo de porcelana da estante, tem gente pegando ônibus, tem gente trabalhando, tem gente lendo Guimarães Rosa, tem gente com fome antes da hora do almoço e depois de tomar café, tem gente limpando o jardim, tem gente regando flores, tem gente cantando Marisa Monte na janela ao lado do meu quarto com o sol batendo fraco no rosto e o cabelo voando forte ao vento.
Tem gente fazendo a unha, tem gente levando o Arthur à escola, tem gente buscando o Arthur da escola, tem gente dando banho no Arthur antes do almoço. Tem gente pagando conta atrasada, tem gente tirando segunda via de documento com foto antiga, tem gente cancelando a assinatura daquela revista horrível, tem gente limpando a geladeira.
Tem gente sobrevivendo à vida, tem gente resolvendo a vida, tem gente vivendo.
Tem gente rindo na minha cara por eu não fazer nada além de dormir mais do que devia.
Tem gente, como eu, que não é gente da manhã. E lamenta isso.





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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A estaca zero depois dos créditos.



Quem nunca viveu aquela sensação de abobamento, um sentir-se atônito, ao terminar de ler um bom livro, ouvir um excelente álbum, prosear uma boa conversa ou assistir um excelente filme?
Na última quinta-feira eu vi um desses excelentes filmes: lindo, mas triste. Deve ser aquela história, aquela que diz: “pra se escrever um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza”. O curioso desse filme é que ele é triste porque acaba. Só por isso.
Dois caras se conhecem em uma sexta-feira à noite, transam, ficam juntos na manhã de sábado, saem juntos no sábado à noite e no domingo à tarde um deles se muda para New York com volta marcada, caso haja volta, para dali a dois anos. Não é uma história de amor: eles já sabiam da separação iminente. É uma bela história sobre um belo momento. Aliás, o nome do filme é Weekend.
A expectativa de uma declaração de amor na estação de trem, no momento da despedida, seguida de aplausos vindos dos transeuntes (sempre solidários com as histórias de amor alheias nas películas hollywoodianas) não era grande. Fosse pelo fato de serem gays, e muito provavelmente haver chances de serem linchados pelo público, e não aclamados, ou simplesmente por se tratar de um filme belo demais, delicado demais, humano demais para terminar assim: tão clichê. O relevante é que nas cenas finais, no último segundo, no instante final, desejei que ficassem juntos. Eles funcionaram muito bem juntos, mesmo que só por 48 horas.
Ora, ninguém em sã consciência adiaria uma viagem de estudos em favor de um relacionamento fantasma com um completo desconhecido. E se, a partir daquele maravilhoso final de semana, essa relação utópica começasse a mostrar problemas irremediáveis? E se um término traumático, peripécia do destino, estivesse os esperando depois da curva do primeiro mês de namoro? Melhor não. Que se encerre aqui, enquanto estamos todos bem. Como a carreira de um astro do futebol que, se esperto e bem agenciado, se aposenta enquanto ainda está “por cima”, sob os holofotes.
O que me inquietou foi o depois. E como seguir com a vida? A vida das personagens e a minha também. Porque a vida não é como um filme, e relacionamentos não são como um caso apaixonado do final de semana, o sonho de uma noite de verão.
O filme acabou. A história das personagens também. No enredo da película ficou com um dos rapazes uma fita de gravações da primeira noite dos enamorados. Aqui no meu mundinho ficou na memória um eco de um filminho bacana que vi na noite de quinta-feira. A vontade era de emendar filminhos bacanas da noite de quinta até que fosse manhã de sexta, tarde de sábado, noite de domingo, madrugada de segunda... Fácil como se fosse possível viver um “relacionamento-pílula” no final de semana; todos os finais de semana. Só pra não ter que voltar para a melancolia do dia a dia, pra fugir da responsabilidade de ter que (sobre)viver a(à) própria rotina.
No final das contas fico achando que o que é mesmo triste no filme, assim como na história dos dois rapazes, não é o seu fim. É a estaca zero que aparece depois que sobem as letrinhas.
 
 
OBS: Esse texto não é recente e a “última quinta-feira”, mencionada no segundo parágrafo,  provavelmente se refere a uma quinta-feira que vivi quatro ou cinco meses atrás… Honestamente eu não me lembro. A vida, essa caixinha de surpresas, me impediu de publicá-lo na época pelos motivos mais inusitados possíveis. Uma vez que o reencontrei numa pasta obscura do meu desktop, decidi publicá-lo aqui, seguindo o conselho da minha amiga Zih, que me disse uma vez para criar um blog e transformá-lo em um depósito das asneiras que penejo.










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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Definição


Quem já sentiu um aperto legítimo no peito, desses que não são apenas figuras de linguagem e apertam  de fato, sabe quão difícil é definir um sentimento. Colocar em palavras, na forma de prosa ou poesia, as aflições que perpassam o consciente e se embolam na nossa mente, criando um suco cerebral de hormônios e sintaxes capazes de desacelerar a respiração e comprimir o peito, não é tarefa fácil. Sejamos sinceros: é impossível, na verdade.
Mesmo assim a mente pede vazão, dar a este aperto um lugar no mundo do lado de fora, pra que ele não comprima tudo o que há do lado de dentro. É aí que esbarramos na definição.
Fosse eu pintor, músico, bailarino ou escultor, daria forma e som, cor e tom pra esse sentimento. Iria eu interpretá-lo, lapídá-lo como o pedaço de carvão que outrora foi, comprimido no aperto do peito até virar diamante bruto, esperando as facetas da arte o tornarem joia rara para brilhar aos olhos alheios. Iria transformá-lo em tela, música, dança e peça. Faria uma releitura, e do sentimento que apertava o peito traria ternura, despertar de outros sentimentos em outras pessoas. Ficaria bonito, estético.
Mas não manuseio pincéis, minhas mãos não dedilham cordas, meus pés não desenham notas e está longe da minha capacidade transformar pedra bruta em arte fina. Conceber beleza a partir de dor, contemplação provinda de ânsia, é privilégio do artista; que repousa os olhos da alma no âmago de suas inquietudes e faz nascer através de sua perícia uma interpretação admirável da sua empatia. Não. Minha infeliz inquietude fez de mim escritor manco, que tropeça na ortografia e nos vocábulos, faz mal uso da gramática e insiste, ao se prender nas malhas da língua, em definir ao invés de performar.
Falhando na empreitada de posicionar uma porção de grafemas um do lado do outro e fazê-los soar, em determinado idioma, como o tiritar taciturno que faz ranger minhas costelas comprimidas, sou obrigado a recorrer ao que há de mais acessível no meu idioma, e da última flor do lácio colher sinceridade na sua clareza, sem florear minúcias, para não correr o risco de ser mal entendido:
Meu peito dói.
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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Feijão Literário


Coçam os meus dedos, pedem vazão. Resolvo escrever como quem sente fome e abre a geladeira em busca de algo pra comer. Nunca se sabe o que irá encontrar nas prateleiras frias. Será que não, mesmo? Não é sua a geladeira? Não foi você quem comprou o que ali se refrigera?
Mas vai saber. Talvez em algum canto obscuro: dentro da gaveta de verduras e legumes, enrolado em um saquinho plástico transparente, ou petrificado em uma vasilha de margarina, no fundo do congelador, pode estar escondido um restinho de feira do mês passado.
Quem sabe meus dedos não me enganam, subvertem toda a lei do universo e convertem as batidas no teclado em um pote de sorvete cheio daquilo que lhe deu o nome: sorvete, e não feijão?
Surpresa: flocos!
Granulados de chocolate ao leite no sorvete de creme. Creme de leite, no sorvete de leite, com chocolate ao leite. E ainda há gente que pague mais caro para se acrescentar ainda mais leite e bater a mistura no liquidificador: Milk Shake! Eike chique!
Se fosse feijão ninguém pagaria para se acrescentar água... Mas as coisas são assim, variações sobre um mesmo tema. Quem tem bala na agulha, ou melhor, quem tem leite, faz a festa com seus derivados. Eu que venho dar vazão à coceirinha nos dedos e encontro mais do mesmo pote, nunca cheio de sorvete, vou me virando... E vamos botar água no feijão!



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domingo, 28 de abril de 2013

Dor e Zona Clichê


Há momentos em que eu acredito viver na época certa da história, no lugar certo do globo. Há singelos momentos de compreensão mútua em que percebo no olhar de amigos, no toque de familiares e nos votos de estranhos – perfis desconhecidos na internet – doses convenientes de suporte, apoio e motivação.  Nesses momentos tenho a certeza de viver uma revolução, ser uma pequena parte dos milhares indivíduos diretamente inseridos no contexto histórico que marca o fim de uma era de preconceito e ignorância. Estes momentos me fazem acreditar que ser um homossexual nas primeiras décadas do século XXI é um presente.  Em todos os outros momentos eu sinto exatamente o oposto.

Nestes outros momentos sou surpreendido geralmente sozinho, no banco do 2004, indo para o meu estágio, em busca de oportunidades no mercado de trabalho para garantir meu futuro profissional e continuar pagando as minhas contas, fazer algumas reservas, retirar minha habilitação, comprar um carrinho a longas prestações... Lembro-me da feira que tenho que fazer para cozinhar a janta, do texto que tenho que ler para o próximo seminário na faculdade, da barba que pede para ser cortada ou de uma piada engraçada contada por um amigo. Estou ocupadíssimo com coisas absolutamente normais em minha inquieta mente adolescente quando um comentário maldoso feito “pela tia do banco de trás” me tira da zona de conforto e me traz para o que eu chamo de zona clichê. A “tia do banco de trás” pode ter dito um milhão de coisas que despertam minhas anteninhas de vinil e me colocam de volta nesse incômodo estado.


“Não intindi essa da Daniela Mercury agora, deve tá querenu chama atenção. Só pode, uma moça tão bunita... Uma vergonha, um absurdo!”
“Isso é falta de coro! Ah se fosse meu fio.”
“Pela ordi! As pessoa num aceita a palavra di deus e se intrega aos pecado da carne. Mas tá amarrado e o que é deles tá guardado!”
“Aí eu falei... Vira homi menino!”


Ínfimas menções aos homossexuais e à homossexualidade com o menor resquício de desaprovação, repúdio ou ódio são suficientes para me deixar, por mais uns dez minutos, na zona clichê. Chamo de “zona clichê” pois é por culpa dela que a minha pauta gira sempre em torno desse mesmo assunto. O que eu posto nas redes sociais, o que eu falo nas rodas de conversa, os filmes que vejo, as músicas que escuto, os livros que leio, os textos que escrevo (não diga?) e tudo o mais que faço está dentro desse campo semântico. Só não dá preguiça porque o assunto é sério. Uma vez desperto do mundo comum em que ser gay é apenas mais uma característica em meio a tantas outras, e não o centro de convergência dos assuntos, eu sou jogado dentro dessa “zona clichê” na qual passo por vários estágios: repúdio, incompreensão, pena, revolta e o pior deles: dor.

Sim, dor. Sou crescidinho -“Um homão!” - como diz minha avó todas as vezes que me encontra depois de semanas sem me ver, mas sou humano (apesar de muitas pessoas, muitas mesmo, não me tratarem assim) e a desaprovação alheia, por mais que pareça desimportante e desnecessária, quando vem assim em ondas, o dia todo, a semana toda, o ano todo, todos os anos em toda a sua vida, dói. E ainda bem que dói! Isso só comprova o fato de que todas as pessoas que transformam oxigênio em gás carbônico nesse planetinha azul são absolutamente iguais a mim em um importantíssimo quesito: eu também tenho sentimentos. No final das contas esse bafafá todo é só a fobia alheia de ver pessoas iguais a elas, expressando sentimentos iguais aos delas, com a mesma dignidade e beleza que elas, de um jeito diferente. Parece até inveja! Vai saber... talvez Freud explique.

A dor vem com intensidades diferentes cada vez que entro na “zona clichê”. Por vezes imperceptível, passa tão rápido que me concentro no repúdio e na pena (haters gonna hate), mas em algumas ocasiões ela é mais intensa. Como quando eu e alguns amigos participamos de uma manifestação contra a homofobia na faculdade e uma foto nossa parou em uma matéria no portal de notícias G1. A matéria era bacana, a foto também. Mas os comentários... Os comentários doeram bastante. Xingaram minha mãe, meu pai, meu papagaio, minha avó, meu cachorro, queimaram minha alma, me ameaçaram fisicamente, me agrediram verbalmente, desejaram a minha morte várias vezes e de várias (criativas) formas distintas. Não uma ou duas pessoas, a maioria esmagadora dos leitores que comentaram na página; e eram centenas. Eles achavam que eu deveria realmente fazer um bem à sociedade e me esconder em um poço bem fundo (samara feelings) ou comprar minha passagem para a terra dos pés juntos.

O primeiro comentário lido gerou pena, o segundo repúdio, o terceiro incompreensão e, na medida em que eu ia descendo a barra de rolagem, formava-se em minha mente a imagem de um grupo de camponeses com tochas e garfos nas mãos marchando em minha direção (Calma, eu sei que jamais fariam isso... Quem usaria tochas e garfos em pleno século XXI? Ai que coisa idade média, bee!). Essa sensação de que a absoluta maioria te odeia, te repudia e te abomina; esse coro ensaiado que te chama de aberração, monstruosidade e o caralho a quatro é algo que te afeta, cara. Você sabe que eles estão errados, ninguém precisa evocar “We are Golden!” do Mika como incentivo moral para levantar sua astral. O problema não está em você, o problema está neles; mas dói do mesmo jeito. Porque eu não vivo sozinho no mundo, eu divido esse planetinha azul com essas pessoas. Elas votam nas mesmas eleições que eu, elas pegam o mesmo ônibus que eu, elas concorrem às mesmas vagas, elas comentam os mesmos vídeos que eu no youtube. E se você sabe o que é o youtube você também sabe que ler os comentários feitos por essas pessoas dói. Dói a alma, dói o coração, doem as vistas, dói o fígado, dói até o apêndice que seu médico removeu anos atrás.

Eu que sou crescidinho, tenho opinião formada e um ego de proporções incomensuráveis passo logo por esse estágio da dor. Mas tem gente menos casca grossa, gente mais sensível, gente mais humana que, seja por ter sentimentos mais intensos ou  devido a diferentes conjunturas ser afetado mais facilmente por essa horda de ignorantes, passa uma grande parte da vida em estado depressivo, buscando aprovação de forma errada e, por vezes, desistindo de viver e se atirando de uma torre de rádio.

Eu queria que doesse menos nessas pessoas, queria que doesse menos em mim também. Eu queria que os momentos em que eu acredito viver uma “revolução histórica” fossem mais frequentes. Eu espero pela época em que eu possa falar de coisas levianas e escrever besteiras na internet. É por acreditar que essa época vai chegar que eu bato na mesma tecla e fico dentro da zona clichê clamando por igualdade e respeito, igualdade e respeito, igualdade e respeitozzzzzzzz... Prometo que quando ser gay não for mais um tema tão polêmico, quando for a coisa natural que é, e eu conseguir ficar horas e dias fora da zona clichê, irei falar de assuntos muito mais interessantes e vocês vão descobrir que, além de gay, eu sou um cara muito legal.

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Mundos e fundos.


Já brinquei de criar mundos na minha cabeça. O problema é que, como cheques borrachudos, eles não têm fundos. Nem fundamentos.
Esperança é uma palavra bonita. É mesmo? Como qualquer vocábulo, depois de repetido mentalmente uma série de vezes, ele também soa estranho.
Esperança. Esperança. Esperança. Esperança. Es-pe-ran-ça.
Parece uma espera que não acaba; como alguém que anda o dia todo sem chegar a lugar algum: uma andança. Algo que cansa. Uma hora cansa: de andar e de esperar.
Criar mundos na cabeça, castelos de areia e afeto no coração e roteiros de um filme gravado na vida, decupado no dia-a-dia, é uma esperança só. Esperança de que os mundos se concretizem, de que os castelos não se desmoronem e de que os atores da sua preciosa película sigam a risca os comandos da mão firme do diretor.
Mas a vida é um documentário e você não está sentado do lado de trás da câmera ou muito menos de frente pra tela. Nem diretor, nem espectador: esse filme é sobre você. E se você continuar nessa esperança vai ser um filme chato pra cacete.
Parei de brincar de criar mundos na minha cabeça. Comecei a criar mundos e fundos fora dela. E esses sim, têm fundamentos.





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sábado, 23 de fevereiro de 2013

É a vida.



Encontraram-se por acaso. Era noite: uma festa. Aniversário? Batismo? Chá-de-panela, despedida de solteiro, formatura, baile de debutante? Não sei, desimportante...

Havia luzes, gelo seco e música ao vivo. O “barzinho e violão” de sempre com o sapato velho de Roupa Nova e Engenheiros do Hawaii que eram garotos como eu apesar de ter nascido há 10 mil anos atrás.

_Fulano! Que surpresa você por aqui!

Sorriso na boca, tédio nos olhos.

_Cicrano! Não imaginava te ver aqui!

Óbvia simpatia forçada.

O papo chato de sempre: O trabalho, a temperatura, o tempo, o tempo...

Fim de festa. Um para um lado, o outro para outro. Cada coisa em seu lugar.

O que fica ao fim da noite? O que resta na manhã com sobras de cerveja e bolo de pêssego? O encontro de dois desencontrados. Sufocados lobos solitários forçados à convivência dos laços de amizade e sangue. Entediados por interpretar o papel de um ser social. Se surpreendem ao encontrar um ao outro interpretando o papel de quem está confortável ao interpretar papéis.

É a vida.
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