terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Mundos e fundos.


Já brinquei de criar mundos na minha cabeça. O problema é que, como cheques borrachudos, eles não têm fundos. Nem fundamentos.
Esperança é uma palavra bonita. É mesmo? Como qualquer vocábulo, depois de repetido mentalmente uma série de vezes, ele também soa estranho.
Esperança. Esperança. Esperança. Esperança. Es-pe-ran-ça.
Parece uma espera que não acaba; como alguém que anda o dia todo sem chegar a lugar algum: uma andança. Algo que cansa. Uma hora cansa: de andar e de esperar.
Criar mundos na cabeça, castelos de areia e afeto no coração e roteiros de um filme gravado na vida, decupado no dia-a-dia, é uma esperança só. Esperança de que os mundos se concretizem, de que os castelos não se desmoronem e de que os atores da sua preciosa película sigam a risca os comandos da mão firme do diretor.
Mas a vida é um documentário e você não está sentado do lado de trás da câmera ou muito menos de frente pra tela. Nem diretor, nem espectador: esse filme é sobre você. E se você continuar nessa esperança vai ser um filme chato pra cacete.
Parei de brincar de criar mundos na minha cabeça. Comecei a criar mundos e fundos fora dela. E esses sim, têm fundamentos.





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