Encontraram-se por acaso. Era noite: uma festa. Aniversário? Batismo? Chá-de-panela, despedida de solteiro, formatura, baile de debutante? Não sei, desimportante...
Havia luzes, gelo seco e música ao vivo. O “barzinho e violão” de sempre com o sapato velho de Roupa Nova e Engenheiros do Hawaii que eram garotos como eu apesar de ter nascido há 10 mil anos atrás.
_Fulano! Que surpresa você por aqui!
Sorriso na boca, tédio nos olhos.
_Cicrano! Não imaginava te ver aqui!
Óbvia simpatia forçada.
O papo chato de sempre: O trabalho, a temperatura, o tempo, o tempo...
Fim de festa. Um para um lado, o outro para outro. Cada coisa em seu lugar.
O que fica ao fim da noite? O que resta na manhã com sobras de cerveja e bolo de pêssego? O encontro de dois desencontrados. Sufocados lobos solitários forçados à convivência dos laços de amizade e sangue. Entediados por interpretar o papel de um ser social. Se surpreendem ao encontrar um ao outro interpretando o papel de quem está confortável ao interpretar papéis.
É a vida.
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