segunda-feira, 20 de maio de 2013

Feijão Literário


Coçam os meus dedos, pedem vazão. Resolvo escrever como quem sente fome e abre a geladeira em busca de algo pra comer. Nunca se sabe o que irá encontrar nas prateleiras frias. Será que não, mesmo? Não é sua a geladeira? Não foi você quem comprou o que ali se refrigera?
Mas vai saber. Talvez em algum canto obscuro: dentro da gaveta de verduras e legumes, enrolado em um saquinho plástico transparente, ou petrificado em uma vasilha de margarina, no fundo do congelador, pode estar escondido um restinho de feira do mês passado.
Quem sabe meus dedos não me enganam, subvertem toda a lei do universo e convertem as batidas no teclado em um pote de sorvete cheio daquilo que lhe deu o nome: sorvete, e não feijão?
Surpresa: flocos!
Granulados de chocolate ao leite no sorvete de creme. Creme de leite, no sorvete de leite, com chocolate ao leite. E ainda há gente que pague mais caro para se acrescentar ainda mais leite e bater a mistura no liquidificador: Milk Shake! Eike chique!
Se fosse feijão ninguém pagaria para se acrescentar água... Mas as coisas são assim, variações sobre um mesmo tema. Quem tem bala na agulha, ou melhor, quem tem leite, faz a festa com seus derivados. Eu que venho dar vazão à coceirinha nos dedos e encontro mais do mesmo pote, nunca cheio de sorvete, vou me virando... E vamos botar água no feijão!



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Um comentário:

  1. Sobre esse negócio de quem tem leite faz a festa. Vou começar a reconsiderar se "vaca" pode ser mesmo uma ofensa...

    Mas, sobre o post, para mim parece mais um pote de sorvete - de chocolate, não sou fã de flocos, - do que de feijão... E sempre tem aquela pessoa que prefere feijão a sorvete (sim, elas existem!)

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